SALDO POSITIVO DE EMPREGOS NO PARÁ É ENFATIZADO EM SEMINÁRIO

"O Pará já tem saldo positivo de mais de 25 mil empregos em 2010 e a estimativa é que acabe o ano com, pelo menos, 30 mil", disse na manhã desta segunda-feira (26) o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), Roberto Sena, no "Primeiro Seminário Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará com Empregos e Qualificação Profissional!", realizado no Sindicato dos Urbanitários do Pará.
Para Roberto Sena, a tendência é que neste ano seja atingido um patamar recorde de empregos com carteira assinada, superando as baixas causadas pela crise econômica mundial.
"Temos o 13º Produto Interno Bruto (PIB) do país, mas somos apenas o 21º em distribuição, ou renda per capita. Como inverter essa situação é um dos objetivos pelos quais o Dieese promove este seminário", destacou Sena.
Dário Lemos, representante da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) no seminário, falou sobre as ações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) destinadas à qualificação profissional. "Estamos presentes hoje em 13 municípios, com 15 escolas. Cerca de metade de nossos cursos são gratuitos. Só este ano deveremos qualificar 34.675 pessoas em todo o Estado", informou.

Inversão - O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), José Roberto Rodrigues, destacou que, em 2000, 35% dos empregos gerados no setor eram no interior, e 65% na capital. "Em 2008, 58% das vagas já eram no interior, em função de projetos como a construção das eclusas de Tucuruí e de programas como o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, que chegará a 35 municípios paraenses", disse ele. José Roberto Rodrigues informou que só a construção civil gera hoje cerca de 30 mil empregos no Estado.
O titular da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, destacou os altos investimentos previstos para o Pará entre 2011 e 2014 (R$ 109 bilhões, públicos e privados), sobretudo na área da mineração e geração de energia.
"A qualificação é fundamental para aumentar e distribuir a renda. É o primeiro passo de todo o processo. Mas a qualificação não é tudo, e outras questões devem ser colocadas para a sociedade. Uma questão fundamental é a remuneração dos valores adicionados aos grandes empreendimentos: a maneira como são remunerados o trabalho, o capital e os governos", destacou o secretário.
Ele citou dois exemplos: no setor da mineração (que, até 2014, investirá mais de R$ 50 bilhões) o capital é remunerado com 7,8% do total; os governos (federal, estadual e municipal) com 22%, e o capital, com 69%.
Na construção da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), no município de Marabá, sudeste do Pará, a remuneração, estimou Maurílio Monteiro, terá os seguintes percentuais: 13% para o trabalho; 27% para governos, e 60% para o capital. "Aumentar o percentual de remuneração do trabalho não depende apenas de qualificação: é na luta política, com sindicatos e centrais fortes, que se obtêm melhores valores", afirmou.

Benefícios para todos - Sob o aspecto das políticas estatais, o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), disse que o objetivo do governo Ana Júlia Carepa é internalizar os investimentos, com ganhos para a toda a sociedade, como em obras de infraestrutura que beneficiem o Estado em geral.
"Nossas ações se dão a partir de três centros regionais - Marabá, Santarém e a Região Metropolitana de Belém. Estes centros produzirão sinergias entre si e as demais cidades do entorno, fazendo com que as obras de infraestrutura, por exemplo, como os portos e as eclusas de Tucuruí, beneficiem de forma sistêmica a economia do Estado", afirmou Maurílio Monteiro.
O secretário destacou que o Pará tem hoje cerca de 550 mil pessoas trabalhando com carteira assinada, e a estimativa é de que, até 2014, 140 mil novos empregos sejam gerados. "Negociamos e obtivemos êxito para que o cimento e o aço demandados por obras, como a construção de hidrelétricas, sejam fornecidos pelo Pará, por indústrias como a Nassau e a Votorantim, e pela Sinobras, que produz aço em Marabá desde 2008", enfatizou.
O secretário disse ainda que as projeções são de que, só em 2012, a Vale empregue 45 mil trabalhadores. "O governo do Estado investiu em qualificação R$ 40 milhões em 2008, R$ 35 milhões em 2009 (devido à crise econômica) e aumentará os investimentos para, no mínimo, R$ 41 milhões em 2010. É uma forma de garantir que a maioria dos empregos gerados fique com os paraenses. E, para isso, toda a sociedade deve se mobilizar, se unir e participar das negociações", destacou Maurílio Monteiro.
Após as palestras houve debate com os participantes do seminário: representantes de seis centrais sindicais, secretárias de governo e várias federações. Ao final, Roberto Sena anunciou que na manhã desta terça-feira (27) a governadora Ana Júlia Carepa receberá uma carta, com oito páginas, contendo os dados gerais sobre empregos no Brasil e no Pará, e parte das discussões realizadas hoje no seminário.
Edson Coelho - Sedect

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