Pará incrementa relações com a Ásia

 

O Pará pretende estreitar cada vez mais as relações comerciais com o continente asiático, principalmente com a Malásia e a China aprofundando técnicas nas áreas de plantio de palma e no segmento metal-mecânico. Nova comitiva do governo do Estado estará seguindo para os dois países na próxima sexta-feira. Serão nove dias de muitas visitas comerciais e de fechamento de negócios nos dois países, cujo saldo poderá ser altamente positivo para a balança comercial paraense em médio prazo.
A comitiva governamental-empresarial será liderada pelo governador Simão Jatene e contará também com a presença do secretario especial de produção, Sidney Rosa, empresários e representantes de entidades que possuem negócios no Pará e desejam investir em relações comerciais com os países. Sidney Rosa já esteve em julho do ano passado visitando empresas chinesas e buscando acordos comerciais espera prospectar possibilidades de negócios e acordos econômicos bilaterais aumentando o investimento nas exportações paraenses.
“A plantação de palma é muito importante pelo retorno econômico e pela intensidade na geração de emprego para o plantio e para a colheita do dendê. Agora vamos à Malásia, que é o segundo maior produtor mundial de óleo de palma, com quatro milhões de hectares plantado”.
O secretário diz que a meta é conhecer as experiências empresariais, de agricultura familiar e a Reforma Agrária do país. Queremos que, dentro de 10, 12 anos, o Pará alcance seu primeiro milhão de hectares plantados seguindo o modelo da Malásia”, aposta.
Sidney esteve no município do Moju para conhecer os primeiros 600 hectares de plantio de óleo de palma feitos por uma empresa chinesa, a convite do governo do Pará, acreditando que a região paraense é apropriada e fértil para o plantio de dendê. Em Shandong, província chinesa, o governador Simão Jatene entregará o título de terra, emitidos pelo Iterpa, para esses investidores e assinará um acordo de cooperação já negociado em julho passado, buscando novos empreendimentos que possam contribuir na geração de emprego e renda no Pará.
Na China, a comitiva prestigiará ainda a assinatura da empresa Oyamota do Brasil, com sede em Castanhal, com a empresa chinesa Kikihar, em Beijing, que é a maior produtora de vagões ferroviários do país. A meta é produzir esses vagões em Castanhal e exportá-los para todo o país. “Sabemos que a demanda de vagões no Brasil nos próximos anos será de 35 mil unidades e queremos que a Oyamota de Castanhal participando dessa produção vendendo inclusive para a Vale”. Saem de Belém em direção à Malásia uma comitiva de 44 pessoas. Desse total, apenas 24 seguem para a China.
Acordos poderão aumentar exportações
Com os acordos comerciais, o Pará poderá aumentar o leque de exportações de produtos para o mercado chinês, que é atualmente a segunda economia mundial, e visualizar quais produtos tem melhor entrada no país. Entre os produtos mais comercializados hoje estão os primários, principalmente os minérios de ferro, caulim, manganês e couros.
Produtos como a soja, madeira, peixes e carnes de aves congeladas aparecem timidamente nas exportações paraenses para a China, mas são considerados produtos com grande potencial de mercado exportador. Desde o ano passado, várias empresas demonstraram interesse em negociar com o Governo do Estado, sendo que o tucumã e o dendê são produtos aos quais despertam grande importância.
“A China é o nosso maior parceiro comercial e nessa viagem queremos diversificar cada vez mais a nossa pauta comercial. Queremos trazer para cá algo mais e fazer com que a China seja uma grande consumidora de nossos produtos de maneira verticalizada”, diz Fátima Gonçalves, diretora de Mercado e Atração de Investimentos da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).
A comitiva irá à província chinesa de Beijing, onde visitará empresas na área de equipamentos de metalurgia (fundição). “A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China nos representa lá e nos dará apoio. De lá seguimos para Shandong que já mandou nove comitivas aqui e que possui um projeto piloto aqui na plantação de dendê no Moju. É a primeira experiência dela fora da China e na área de Palma. Queremos mostra o Pará como um ótimo Estado para investimentos e para compra de produtos”, diz.
Outra área de interesse dos paraense é a metal-mecânica, já que o Estado está desenvolvendo um polo nesse segmento na região de Marabá e em mais seis municípios. ”Queremos trazer essas experiências para cá para ver como podemos adequar e aplicar à nossa realidade, dentro do que for viável”, coloca Fátima.
O Pará também mantém relações com a Coria do Sul que, segundo a diretora, está na fase de “namoro”, Outro país é a Martinica, região periférica da França, envolvendo a área do turismo e da biomassa. “A Martinica será nossa porta de abertura para a União Europeia, através da França”.
O governo também vem fazendo trabalhos de prospecção em países europeus, como Alemanha e Bélgica, que demonstraram desejo de investir no Estado, sobretudo na área da fruticultura, bastante rica em nossa região.

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