FMI pede mais recursos e Brasil impõe condições
por @correioluziense |
O Brasil poderá fazer um novo aporte de recursos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para minimizar os efeitos da crise econômica mundial principalmente na Europa. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (1º), após reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a diretora-gerente do FMI, Cristina Lagarde em Brasília.
“O Brasil está disposto a colaborar com aporte. Desta vez o FMI não veio trazer dinheiro como no passado, mas veio pedir dinheiro para o Brasil emprestar. Prefiro ser credor do que devedor. Temos larga cooperação que vamos reforçar”, disse Mantega.
Apesar da garantia do reforço financeiro, os valores não foram definidos. Segundo Mantega, o montante deve ser decido entre os integrantes do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) antes da reunião do G20, prevista para fevereiro. Além disso, os valores “estão condicionados a continuação de reforma de cotas [poder de voto no FMI] que já foram acertadas” nos dois últimos anos.
Um dia antes da visita de Lagarde, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey, disse que a ajuda direta aos países europeus continua afastada. “O Brasil prefere tratar eventual aporte de recursos via Fundo Monetário, pois, nesse caso, os recursos ficam disponíveis tanto aos países europeus, quanto a outros, caso venham necessitar em função do agravamento da crise”, disse.
Segundo o ministro, os recursos serão oferecidos para minimizar os efeitos da crise europeia. “Acredito que a zona do euro possui instrumentos para superar a crise, mas enquanto isso não ocorre a situação se deteriora. Nossa preocupação não é só com os países europeus, mas principalmente com os países emergentes”.
Mesmo tendo assegurado que o Brasil vai aportar recursos, Mantega cobrou que os países desenvolvidos façam o mesmo e reforcem o FMI. “Esperamos que todos os países compareçam. Vamos colocar nossos recursos, mas esperamos que eles também entrem com a parte deles, até porque se trata de países muito mais ricos e fortes do que nós”.
Agência Brasil