Bragantinos comemoram dia de São Benedito com missa e dança

Às sete horas da manhã o largo de São Benedito, em frente à Igreja do Glorioso São Benedito, em Bragança, já estava repleto de homens, mulheres e crianças vestidos com os trajes nas cores oficiais da marujada: vermelho e branco. É o dia mais esperado da festividade quando se comemora o dia de São Benedito, padroeiro dos Bragantinos. A programação começa com uma missa campal solene presidida por Dom Luis Ferrando, bispo diocesano de Bragança.

A maruja traja saia vermelha, blusa branca e um chapéu de palha, com uma espécie de armação de arame onde ficam as flores feitas de penas de pato brancas. Essas flores cobrem inteiramente o chapéu, com abas que pendem fitas largas, de cores diversas, bem compridas. Os homens se apresentam de calça e camisa brancas, com chapéu de folha de carnaúba revestido de pano, sendo a aba virada de um dos lados. “A gente passa o ano inteiro preparando a nossa roupa para esse grande dia”, explica Lenize Mescouto, 52 anos.

Após a missa, os marujos fazem duas filas enormes e caminham até o Teatro Museu da Marujada, onde as apresentações de dança recomeçam. Às 10 horas da manhã, ocorre a descida da imagem do glorioso São Benedito do seu altar-mor para a arrumação e decoração do andor, pela equipe responsável.

Em seguida, todas as atenções são voltadas para o Salão Beneditino, onde acontece uma das atrações mais irreverentes da programação da festividade, o leilão. “Seis meses antes da festividade, a imagem de São Benedito passa por vários municípios próximos de Bragança e vai recolhendo donativos para serem leiloados no dia da grande festa. Todo dinheiro arrecadado será destinado para a igreja, para que possamos investir na manutenção e organização do evento”, diz João Batista Pinheiro, o “Careca”, presidente da Irmandade de São Benedito.

O curioso é que no leilão são vendidos os mais diversos produtos. Empresários, políticos, juízes são os que mais arrematam itens no leilão. Um produto bastante disputado e valioso é uma fruta chamada pitomba. Os lotes da fruta chegaram a ser leiloados pelo preço de R$ 650. Os que arrematam a fruta iniciam uma espécie de disputa e arremessam as pitombas uns nos outros. “Tudo é pura diversão. Há muitos anos que existe essa tradição de comprar pitombas e ficar jogando um no outro. O legal é que ao mesmo tempo em que nos divertimos, nós estamos contribuindo com o lado religioso da festividade”, comenta o empresário Raimundo Oliveira, 55 anos.

A programação pela parte da manhã encerra com um almoço oferecido pelo juiz da festividade, Helder da Silva Aranha, a marujada de São Benedito de Bragança. À tarde acontece o ponto alto da festa com a louvação de São Benedito e a procissão pelas ruas da cidade com a imagem do glorioso.
Agência Pará de Notícias ( Bruna Campos - Secom ) 

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